OFICIALIZAÇÃO DO CRIOULO

A oficialização do crioulo como língua oficial continua a gerar debate entre os cidadãos. Uma pesquisa recente do Afrobarometer indica que 56% dos cabo-verdianos acreditam que o crioulo deveria ser oficializado com o mesmo tal como português.

No entanto, essa percentagem caiu 8 pontos percentuais em relação a 2022, quando a opinião favorável estava em 64% passando para 56% em 2024. Por outro lado, 41% agora defendem que o crioulo deve continuar sendo amplamente falado, mas sem tornar-se língua oficial, marcando um aumento de 9 pontos percentuais desde 2022. A pesquisa, segundo a nota enviada à nossa redação, revelou que a maioria dos defensores da oficialização do crioulo como língua oficial são homens (60% contra 53% das mulheres), moradores das zonas rurais (62% contra 54% nas urbanas) e pessoas com ensino secundário (60%).

Além disso, o apoio à oficialização é significativo em todas as faixas etárias, especialmente entre os 36 a 45 anos (60%), e em todos os níveis económicos, incluindo os mais pobres (66%) e os mais ricos (59%). Cerca de 69% dos cabo-verdianos concordam com o uso simultâneo do português e crioulo nas escolas primárias, embora esse apoio tenha diminuído 9 pontos em relação a 2022 (78%). 

Quanto às condições para oficializar o crioulo, 61% acreditam que o governo criou algumas condições, enquanto 27% consideram que nada foi feito para isso. Sendo assim, não houve mudanças significativas em relação a 2022. A questão da oficialização do crioulo voltou a ser discutida publicamente, especialmente no contexto das comemorações dos 50 anos da independência do país e no Dia Internacional da Língua Materna, celebrado em 21 de fevereiro.

O presidente da República de Cabo Verde, por exemplo, reiterou seu apoio à oficialização do crioulo, enquanto o presidente da Assembleia Nacional chamou à realização de um debate tranquilo e respeitoso sobre o tema, levando em conta as diferenças de opinião. Embora a Constituição de 1992 já defina o português como língua oficial, ela também prevê que o Estado deve criar condições para a oficialização do crioulo em paridade com o português. No entanto, até o momento, a oficialização ainda não foi concretizada, o que mantém a questão como um tema de divisão no país. 

Por RECORD CABO VERDE – 28.02.2025

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